quinta-feira, 30 de julho de 2015

Meridiano boi-tatá

As marquinhas que vão
Vão deixando
Vão montando.

Ai edifica, solidifica e feijão com farofa.

Não racha porque não pode
Não posso
Faço o que der quando der.

Outro ano, outra dieta
Outra fixação, mania
Adesivo de nicotina, brahma zero, tofu.

Suplementa, suplanta e alimenta.

Ai fica, eu fico
E o resto é bibelô ano passado
Fundo de gaveta.

Até meus 30 anos, crise de meia idade, "near death expericence".

E a culpa é dos espinhos, falta de caligrafia na tenra idade.
Tô em beta.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Lança limpa perfume ladrilho.

Começa com barulho e fugacidade
Lá há dor, os sons e os cheiros
As raivas e os outros temperos

Depois vem mudanças
A falta de chão
O "rage against the dying light"

Ai o pânico esmaece
Pelo menos parece que sim
Você esquece

Então haverão planos
Muita megalomania e pouco crescimento
Cordas pra se amarrar

O que muito era se condensa
Nostalgia, monumento, gratidão
É um pouco cínico e muito condescendente, mas é alívio ainda assim

O resto que sobra é indiferente, incoerente
Faíscas, borrões, fumaça
Aquele afeto mínimo que mantém a humanidade a beira do abismo (gratidões ao criador por todo esse amor)

E o que te resta, de fato
É vida
E porra cara, isso é todo dia.

Tudo dia um pouco menos que o anterior.

domingo, 2 de novembro de 2014

Aqui não há meu Sol
Não tem os planos calorosos
Ou calores amorosos.

Há um frio exasperado
Um peito fragmentado
Choro apertado.

Esse Sol frio venenoso
Agressivo de maneira branda
Uma borda vertigem
Me submerge em entrecortes
em pesares
em amarres dadás.

Me trai traições
Barrocas
Esse Sol que me tira o sono.

O Sol que cega meu sono
Aprisiona viveres
Me veda da Luz.

O Sol das horas de todos os desejos.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Era ele das mesmas linhas que desenham,
Mesmos traços que tecem
A mesma carne do mesmo amor.

Do mesmo tomo, das mesma sintaxe
Os mesmos pequenos aforismos em rimas de rap,
O mesmo conto, com posfácios diferentes.

Contradisse como adulto, sua própria criança,
Fitou à monstros até notar parentesco,
E sentiu-lhes as dores.

Viu-lhe os erros refletidos,
Comportou-se com a graça conveniente,
Se convalesceu de dores, sofreu de amores.

E cresceu.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ontens.

Dores, dor, latejante, aguda, agonia, vazio, angustia, ardente, intermitente, constante, pulsante.
Vem de noite,
Causa isso,
Causa disso,
Envergonha, deixa gosto,
Promete que melhora, fica a culpa,

Amanhece,
Dia bom, dia ruim,
Dia que não passa, dia que não pensa

Júbilo, feliz, felicidade, êxtase, exalta, anima, riso, peito, toque, sono, grita, pula, paralisa.
Vem de noite,
Vem com eles,
Causa deles,
Ufana, gosto efêmero,
Promete que repete, fica o laço,

Anoitece.

Lave, esfregue, e repita.

domingo, 19 de janeiro de 2014

O pós adolescente razoavelmente passivo agressivo.

Novos ângulos para antigos erros que reincidem,
É o placebo desejável do monstro para qual tudo se torna enfrentamento.

Nesse labirinto de vozes que se calam, idéias que se extraviam e pessoas que nunca existiram,
Que esse inequívoco caminho errado se bifurque em algum ponto onde nos encontremos.

E nos tornemos divisão,
Em melhores termos.

E que planejemos frutos futuros,
Por mais natimortos que possam causar impressão.


Mas enquanto somos assim,
Intangíveis e invulneráveis super jovens, sorriso simpático e indiferença,

Um beijo, um queijo e uns olhares furtivos.


Aqui vão meus mais enfeitados cantos,
Esperando notícias lindas de você.

domingo, 29 de dezembro de 2013

As mais queridas memórias meio esquecidas.

O que se torna quando algo fundamental muda de alicerce?
Não discute mentalmente a sua arqui-batalha?



Algo que sempre foi, que nunca é.

Deve ser como indiferença?
Gradua como algo mais brando?

E é algo pouco melhor que um bom gosto ruim.

Ex-orgão de uma ex-vida.

Nada essencial, útil como o mais querido parente morto.